No espetáculo”Criaturas de papel”, objetos tomaram forma no palco
Um debate sobre preço fixo do livro e concorrência entre livrarias de diferentes portes e gigantes da venda online foi tema da mesa-redonda que abriu hoje a programação da FlipMais, na Casa da Cultura. Participaram da conversa Jean-Guy Boin, presidente do Escritório Internacional da Edição Francesa; Luís Antonio Torelli, da Câmara Brasileira do Livro (CBL); Marcos da Veiga Pereira, do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL); e Richard Charkin, presidente da Internacional Publishers Association (IPA).
Apesar da diminuição recente na produção de títulos e no número de livrarias, nos investimentos em ações de leitura e também do fato de o Brasil ter pior desempenho no índice de leitura que países como Argentina e Chile, o presidente da CBL disse que estes dados não devem ser motivo de desalento. “Isso mostra o tamanho do mercado que a gente pode conquistar”, disse. “O preço fixo vai proporcionar um melhor cenário nesta competição entre pequenos e grandes varejistas.”
A segunda atividade desta quinta-feira na programação da FlipMais foi o “Poesia em movimento: Cleonice Berardinelli”, série do Philos TV em que a maior lusitanista brasileira lê poemas de Mario de Sá-Carneiro, com trechos musicados por Adriana Calcanhoto. Em seguida, uma sessão do “Noites de Cinema: A Paixão de JL”. No filme, o diretor Carlos Nader ilustra trechos do diário gravado em fitas cassete pelo artista plástico José Leonilson, dando à produção um tom confessional.
Na sequência, foi a vez do espetáculo “Criaturas de papel”, do Grupo Bricoleiros — parte da programação do Palco Giratório do Sesc. Formas geométricas tomaram vida no decorrer da encenação e se transformaram em peças cênicas. Objetos como pássaros de madeira e aviões de papel divertiram a plateia, repleta de crianças.
A programação foi encerrada com uma apresentação que ocupou a Capelinha de Paraty, na atividade “Poesia à capela”, realizada em parceria com o British Council. Uma sessão extra foi organizada para que o sarau de “poesia falada”, com a poeta e cantora brasileira Elisa Lucinda e o autor britânico Lemn Sissay, fosse visto por mais público. Vigorosos, os dois comoveram a plateia com declamações vibrantes. “Sempre quis fazer um recital numa capela. Aqui é o meu lugar “, divertiu-se Elisa.