FlipMais | O labirinto da poesia

Encontro na Casa da Cultura celebra legado de Octavio Paz

O editor mexicano Alberto Ruy-Sánchez em mesa da FlipMais nesta sexta-feira (1)

O editor mexicano Alberto Ruy-Sánchez em mesa da FlipMais nesta sexta-feira (1) / Foto: Nelson Toledo

Admiração e desconhecimento mútuos perpassam as relações literárias entre Brasil e México. Apresentando a trajetória multifacetada e algo encantada de Octavio Paz, cujo centenário de nascimento é celebrado neste ano, o encontro entre o poeta, tradutor e ensaísta Horácio Costa e o editor mexicano Alberto Ruy-Sánchez repassou boa parte da história intelectual do século 20.

Paz esteve na Espanha durante a Guerra Civil espanhola em 1936. Viveu em Paris como funcionário na embaixada e na Índia, onde repensou sua noção de erotismo. Viveu intensamente, mas sobretudo leu e escreveu, deixando uma obra de poesia, crítica literária, crítica de arte e ensaio. 

“Ele lia tudo em todas as línguas que podia. Queria saber o que faziam os jovens, trabalhava sem parar”, lembrou Ruy-Sánchez, que trabalhou com Paz na revista literária Vuelta, criada pelo Nobel de Literatura, editando nomes como Claude Lévi-Strauss e Milan Kundera. 

O surrealismo, é sabido, teria um impacto particular em sua trajetória. “Até então eu havia feito uma poesia com os olhos abertos. Em contato com o surrealismo me dei conta de que precisava fechar os olhos, entrar a mim mesmo e depois abri-los de novo”, explicava o poeta. Mas como Ruy-Sánchez apontou, a influência foi de mão dupla, pois Paz levou a Breton e aos surrealistas franceses o muito que já conhecia da poesia norte-americana. 

Repassando obras emblemáticas como o O Arco e a Lira, o debate estendeu-se até o início da noite e terminou com o lançamento de Una introduccíon a Octavio Paz (FCE), escrito pelo editor mexicano. 

(Gabriela Longman)

Deixe um comentário